Completando 32 anos, Projeto Baleia Jubarte ajudou no crescimento da espécie no litoral brasileiro

Com a implantação do Parque Nacional Marinho dos Abrolhos, primeiro parque marinho do Brasil, surgiu também, em 1988, o Projeto Baleia Jubarte que tem o objetivo de promover a proteção da espécie que já esteve na lista de animais ameaçados de extinção. De acordo com o coordenador de comunicação do projeto, Enrico Marcovaldi, o trabalho desenvolvido abrange preservação, pesquisa e educação ambiental.

“Criamos o Instituto Baleia Jubarte, uma instituição privada sem fins lucrativos, para gerir o projeto e, paralelamente, conseguimos o patrocínio da Petrobrás que permanece até hoje. Foi super importante a fundação do Instituto porque nos deu mais estrutura, tanto administrativa quanto institucional, para estarmos até agora em atividade”, explica ele.

Inicialmente, logo quando o projeto surgiu, havia apenas cerca de mil baleias jubarte no litoral brasileiro e após a proibição da caça junto ao trabalho desenvolvido pelo Baleia Jubarte, esse número ultrapassou a marca de 25 mil. Além do trabalho de conservação da espécie e do seu ambiente de reprodução, o projeto também desenvolve diversas pesquisas.

“Além do trabalho de pesquisa, temos também o de sensibilização e educação ambiental. Nos espaços Baleia Jubarte, localizados na Praia do Forte, Caravelas e em Vitória, sintetizamos todos os interesses de um projeto de conservação e toda a informação gerada através das pesquisas é passada para o público em geral, que vai desde crianças a idosos. O projeto também gera emprego e renda pras comunidades e também realizamos educação ambiental nas escolas”, conta Enrico.

Outra atividade desenvolvida é o turismo de observação de baleias, em que o projeto não se envolve de forma comercial, mas promove, capacita e monitora a ação para que aconteça de forma responsável.

Em meio ao Dia Mundial do Meio Ambiente, celebrado nesta sexta-feira, 5, o Baleia Jubarte acabou sendo afetado pela crise mundial causada pela pandemia do novo coronavírus. “Boa parte da equipe está em home office, que não tem sido tão eficiente como deveria. Os espaços foram fechados e isso gerou um prejuízo”, diz Enrico. Preocupado com o futuro, ele também acrescenta que se a pandemia ainda durar muito, medidas mais drásticas terão que ser tomadas para que o Instituto e o Projeto se mantenham.

Incidência de encalhes

A maior concentração de baleias Jubarte no litoral brasileiro é no Banco de Abrolhos, onde vive 70% da população. Segundo Enrico, a região também é onde há maior incidência de encalhe. “A grande maioria é por causa natural. Elas morrem em alto mar e o vento e a maré trazem elas para a beira da praia. Tentamos da melhor maneira possível resgatar elas com vida, mas quando ela chega a encalhar, mesmo viva, é porque já está muito debilitada”, comenta.

“Além das causas naturais, a principal causa de morte é a interação com a pesca, principalmente de filhotes, que é a fase mais delicada da vida delas, e a colisão com grandes navios”, acrescenta Enrico.

Fonte: A Tarde

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