Bahia tem a menor ocupação de leitos UTI da Covid desde início do ano

Em um dos momentos de maior estabilidade de casos e mortes por Covid-19, a Bahia tem a menor taxa de ocupação de leitos de UTI desde o início do ano. Nesta terça-feira, 19, de acordo com boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria de Saúde do Estado (Sesab), dos 750 leitos de alta complexidade, 227 estavam com pacientes, o que representa 30% de ocupação.

Apesar da maior segurança, o Governo da Bahia prorrogou até o próximo dia 29 de outubro, as medidas de restrição já em vigor em relação a eventos com a presença de público, como a limitação para até 1200 pessoas. O decreto foi publicado no Diário Oficial, com a assinatura do governador interino Adolfo Menezes (PSD-BA), que substitui Rui Costa (PT) e o vice João Leão (PP), ambos em missão internacional.

O índice atual de ocupação é muito abaixo dos mais de 80% de ocupação registrada em abril, quando a Bahia tinha 1483 leitos de UTI disponíveis, quase o dobro do que está ativo no momento. Os dados da pasta mostram que há uma redução progressiva desde o fim de junho, com o avanço da imunização contra o novo coronavírus em todo o estado. No último boletim foram contabilizados 391 casos e 10 óbitos pela Covid-19.

Os números indicam ainda que a proteção da vacina e a manutenção do distanciamento social e do uso de máscaras coibiram a disseminação da doença. Em julho, o estado passou a adotar medidas de flexibilização do comércio e de eventos, mas a redução de novos casos e mortes continuou.

A tendência que a Bahia segue é vista em quase todo o Brasil. O país apresentou a menor média móvel de mortes e casos desde o início da pandemia, depois de viver o pico em abril no primeiro trimestre deste ano. O boletim divulgado na noite de segunda-feira, 18, mostra que a média móvel de mortes está em 379,5, acompanhada pela queda expressiva também no número de novos casos da doença, que está em 12,3 mil ao dia.

Somente 23% dos leitos de enfermaria adulto em todo o estado estão ocupados, enquanto a taxa dos leitos pediátricos é de 13%. Com 22 das 29 unidades de alta complexidade infantis ocupadas, a taxa de 76% é a maior e que ainda requer maior atenção, principalmente em um cenário de volta às aulas de forma 100% presencial.

Mesmo com os números permitindo aos gestores e à população maior otimismo nestes próximos meses, a quantidade de pessoas com a dose da vacina em atraso preocupa, principalmente com o espalhamento da variante Delta, mais nociva e com maior capacidade de transmissão. Estudos mostram que a eficiência dos imunizantes no organismo pode cair pela metade se encontrar a cepa.

Somente no território baiano, quase dois milhões de baianos não foram aos postos de saúde completar o esquema vacinal. Do total do público em atraso, 332.091 tomaram a vacina Coronavac; 539.830 Oxford/AstraZeneca; e 1.127.959 Pfizer/BioNTech. A Secretária da Saúde do Estado, Tereza Paim, ressalta a importância da dose de reforço e apela para aqueles que não retornaram.

“É importante que as pessoas busquem as unidades de saúde para se vacinarem contra a doença, incluindo também a dose de reforço. O esquema completo de vacinação dá uma maior garantia de defesa contra a Covid-19”, ressalta. Ela ainda destaca que a principal medida para conter o avanço da Covid-19 é a imunização”, destaca Tereza. Na última segunda-feira, o estado atingiu o marco de 50% da população acima dos 12 anos completamente imunizada contra a doença.

SALVADOR

Na capital baiana, a situação é ainda melhor do que no estado como um todo, com ocupação de leitos clínicos em 19%, e 21% de UTI, e 24 novos casos contabilizados no último boletim, divulgado nesta terça-feira, 19, com um óbito registrado.

Em conversa com o grupo A TARDE, o secretário de Saúde do Município, Léo Prates, afirmou que a cidade está “excepcionalmente bem em relação aos números” atrelados à pandemia, o que permite o debate sobre a retomada da economia de outras atividades. Até o fim desta semana, a expectativa é que possam ser anunciadas as normas para a volta dos cruzeiros marítimos. Segundo Prates, o objetivo é cobrar dos passageiros que vierem a Salvador a obrigatoriedade das duas doses da vacina.

“Estamos conseguindo com a vacinação, medidas de prevenção com o uso do álcool em gel, o distanciamento social, estamos conseguindo segurar. Fomos a primeira capital a vacinar com a dose de reforço e isso tem nos ajudado muito”, destacou.

Com cerca de 140 mil adultos que ainda não voltaram para tomar a segunda dose da vacina, o prefeito Bruno Reis (DEM) avisou que pode dotar medidas para limitar o acesso destas pessoas a locais públicos. O prefeito avisou que ainda não adotou medidas mais severas, pois as doses não estão paradas. De acordo com ele, o cenário pode mudar e medidas para limitar o acesso de pessoas não imunizadas a locais públicos poderão ser adotadas.

Entre os adolescentes e crianças, de 12 a 17 anos, até a última semana cerca de 47 mil não foram se vacinar contra a doença. O número vem reduzindo com a ação da Prefeitura de aplicar as doses nas escolas públicas municipais, que desde o último dia 6 já vacinou com a primeira dose 1,8 mil alunos nas 319 instituições que participam da iniciativa.

Para a vacinação nas escolas, não é obrigatório a presença dos pais. Os alunos devem apresentar um termo de consentimento assinado pelo responsável na coordenação da instituição de ensino.

Segundo informações da Secretaria Municipal de Educação (SMED), mais de 12 mil alunos da rede municipal de ensino não compareceram aos postos de vacinação para receber o imunizante.

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