Mucuri 252 anos: Passado e presente sofrido. E o que nos espera no futuro?

Eis que Mucuri completa 252 anos. E o que falar desse lugar que já completou 2 séculos e meio de vida?

Terra de um passado sofrido, de um presente idem na mesma data e um futuro tao incerto quanto acertar na Mega Sena com uma única aposta de apenas 6 numeros.

O passado foi sofrido porque assim como todo o Extremo Sul, Mucuri sempre foi agraciado apenas com migalhas pelos nossos governantes estaduais. E como estamos na fronteira oposta à que se localiza a nossa capital, ai já viu né? Embora a gente faça questão de dizer que somos o primeiro município da Bahia, os nossos governadores sempre nos deram tratamento digno de ultimo dos últimos.

Mas eis que no final dos anos 80 surge uma luz no fim do túnel, e era o trem vindo em sentido contrário. Não era apenas um fio de esperança, era um rolo de fio tão enorme que dava pra dar umas 10 voltas na terra.

Eis que caiu no nosso colo a Bahia Sul Celulose. Um empreendimento da Vale do Rio Doce e do Grupo Suzano. Uma das maiores e mais modernas fábricas de Celulose do mundo naquela ocasião.

E ai Mucuri entrou no mapa da Bahia, do Nordeste, do Brasil e do Mundo. E consequentemente, nossa querida Mucuri que vivia esquecida de tudo e por todos, passou a nadar em dinheiro, resultado da arrecadação estratosférica em função da produção de celulose. Foi algo assim como acertar sozinho a Mega da Virada sem nem ter preenchido a aposta.

E digo que foi um bilhete premiado porque esse projeto não teve a iniciativa de nenhum politico para trazê-lo. Nem politico municipal, nem estadual e nem federal. Tudo fruto da iniciativa da Vale e do Grupo Suzano.

É claro que quando o projeto foi anunciado muitos se aproximaram e alguns ate foram importantíssimos na concretização do mesmo. Mas que tenha sido uma iniciativa politica ou de políticos, isso não foi mesmo. Foi uum presente que caiu do céu.

Porém o bilhete premiado nunca surtiu efeito na melhoria da qualidade de vida em nosso município. E a consequência disso é que o passado sofrido não mudou em nada, e o presente continua sofrido idem na mesma data.

Em função da riqueza repentina esperava-se que Mucuri se tornasse uma Dubai Brasileira, e tina tudo pra isso. Com uma população na época em torno de 19000 habitantes, esperavase que Mucuri se tornasse uma ilha de prosperidade em toda a região.

Mas nada disso se concretizou. Próximo de completar 30 anos da inauguração da fábrica, muito pouca muitíssimo pouca coisa mudou. Desde então, nem os governos municipais e muito menos os governos estaduais fizeram ou tiveram a capacidade de transformar a fortuna financeira em riquezas como qualidade de vida, excelência na saúde e na educação, ou qualquer outro bem que nos desse orgulho de ser Mucurienses.

Pouco ou quase nada se investiu em saúde, educação e segurança. Na verdade pouco ou quase nada se investiu em quase nada. E isso explica o sofrimento atual da população Mucuriense.

Quase 30 anos de vaca gorda nas finanças e uma população de 42000 habitantes, segundo o IBGE nós temos mais da metade sem agua tratada (22.000) e pasmem, mais de 30.000 sem esgoto em suas casas e 100 domicílios sujeitos a inundações.

A verdade é que, passados 30 anos do bilhete premiado e sete mandatos municipais depois, o nosso futuro é uma incógnita tao grande quanto a nossa arrecadação.

30 anos depois não temos uma só obra no município que podemos dizer assim: ESSA É A OBRA.

Não temos sequer um hospital municipal e o único que atende a população via convenio com a prefeitura, muitas vezes sofre com os constantes atrasos nos repasses de verbas.

30 anos depois colecionamos obras e patrimônio riquíssimos abandonados e apodrecendo diante dos nossos olhos: Creche no Cidade Nova, Carandiru, Espaço Cidadao, Sub Prefeitura, ginásio de Mucuri, Ginásio de Belo Cruzeiro, Mercados de Itabatan e Mucuri e tenho certeza que não falei todos.

30 anos depois temos exemplos de obras e promessas de obras que ao invés de beneficiarem a população, viraram motivo de piada, chacota e já fazem parte do folclore politico da cidade: Escola Modelo em Itabatan, Calçadao da Orla de Mucuri e a famosa ponte de Costa Dourada que já foi prometida por vários deputados governadores e todos os prefeitos que passaram pelo executivo nesses últimos 30 anos.

30 anos depois, entra prefeito sai prefeito entra vereador, sai vereador e a cada 4 anos a decepção se renova. E pior: a cada 4 anos os novos políticos não usam o passado como lição para melhorar esse sofrido município de um povo manso e ordeiro, aliás, manso e ordeiro até demais e por isso, o futuro e tão somente o futuro é qe nos dirá, o que realmente nos espera.

QUE DEUS NOS PROTEJA.

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