Itabatã: Mestre Bocão é “gente que faz”

Ele é filho de dona Maria Benedita do Amaral e seu Arlindo Guimarães da Silva (in memorian). Nasceu na cidade de Serra dos Aimorés, em 23 de maio 1978. Chegou a Mucuri no ano de 1999 quando tinha 23 anos. Desde 2007 ele é Servidor Público do quadro efetivo da Prefeitura de Mucuri e exerce com muita dedicação a função de motorista, sendo querido por todos os colegas. Casado com Joice Costa de Jesus, é pai de Pedro Henrique (19), Rian (18) e Yasmin (12).

Além da sua família, o que também encanta o nosso homenageado deste mês é a arte da Capoeira. Estamos falando de Flávio do Amaral da Silva – o ‘Mestre Bocão’.

Em outubro de 2018, aos 40 anos de idade, Bocão foi consagrado a Mestre de Capoeira. Mas, há 21 anos, Flávio do Amaral realiza um Projeto Social denominado ‘Grupo de Capoeira Brasil das Gerais’ para jovens, crianças e adolescentes. Hoje são 90 alunos, mas, segundo o Mestre Bocão, já passaram por ele mais de 2000 alunos.

A capoeira é uma arte marcial genuinamente brasileira que por muitas décadas ficou no anonimato no país. A resistência, a persistência e o amor de muitos capoeiristas, transformou a luta proibida em esporte e em um dos maiores símbolos da identidade brasileira e patrimônio cultural da humanidade. Ela é praticada de norte a sul e de leste a oeste do Brasil, e está presente em mais de 160 países. 

Como e com que idade você conheceu a Capoeira?

-Conheci a Capoeira aos 16 anos de idade quando eu estava numa fase de muita difícil da minha vida.

Difícil, por quê?

-Eu era um adolescente muito agitado, nervoso, violento, brigão e indisciplinado.

Explique o que a capoeira fez por você?

-A Capoeira salvou a minha vida. A Capoeira não é só uma luta, ela é cultura, arte, resgate. É uma filosofia de vida.

O que levou você a criar um projeto social de capoeira para jovens, crianças e adolescentes?

-Eu senti a necessidade de multiplicar o que eu aprendi e que deu certo pra mim. Queria poder ajudar a salvar o futuro de algumas crianças.

E tá dando certo?

-Sim, claro! Graças a Deus tive a oportunidade de tirar muitos jovens das drogas, jovens que estavam marcados para morrer e, ao conhecer a capoeira, mudaram de vida, buscaram a Deus e foram resgatados. Isso me dá força para seguir em frente.

Por Rubem Gama

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